domingo, 4 de setembro de 2011

Seguro-condomínio ganha novo fôlego


Além da expansão associada aos lançamentos imobiliários, novas regras determinam a diversificação de cobertura e devem dar embalo à modalidade. A venda de seguro-condomínio pega carona no desenvolvimento do mercado imobiliário. Obrigatório desde 1966, este tipo de apólice registrou um crescimento no país de 130% de 2003 a maio deste ano, com prêmios de R$ 17,2 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), e ganhou este ano ampliação de proteção ao patrimônio. "O mercado imobiliário está aquecido e os novos condomínios são uma oportunidade real de crescimento para esta carteira", diz o diretor de Riscos Industriais e Comerciais da SulAmérica, Luis Alberto Mourão. Apesar de oscilar no curto prazo, a expansão do mercado imobiliário nacional tem apresentado ritmo acelerado nos últimos anos. Somente de junho do ano passado a junho deste ano, o lançamento de imóveis na cidade de São Paulo cresceu 12%, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados ontem. Além disso, somente no estado de São Paulo existem 40 mil condomínios, sendo que 27 mil encontram- se na capital, conforme estimativa do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP). E foi exatamente o setor imobiliário que pressionou a agência reguladora de seguros a criar novas regras para o ramo de condomínio, em busca de uma proteção mais ampla. O resultado foi que, em julho deste ano, passou a valer a resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 218/2010. Com ela, as seguradoras foram obrigadas a oferecer uma cobertura básica e uma ampla. A mudança pode trazer mais fôlego ao mercado de seguro-condomínio, por permitir o oferecimento de apólices mais amplas e, portanto, mais caras, tirando a modalidade do "vermelho" em alguns meses devido à alta sinistralidade. Para o diretor-executivo de seguros massificados da Tokio Marine, Marcelo Goldman, a resolução foi uma oportunidade para a empresa relançar o produto, dando mais opções ao cliente. "Tivemos crescimento de 30% no primeiro mês da nova regra e no segundo mês chegamos a dobrar a carteira." Ele explica que a demanda pela cobertura simples é maior, pelo preço da cobertura ampla chegar a ser três vezes superior. "A ampla está cobrindo qualquer sinistro. Por isso, neste início, as empresas lançaram a cobertura com valor mais elevado. Com o tempo e com o acúmulo de experiência na modalidade, o preço deve cair." Em relação às consequências das novas regras, a Bradesco Seguros acredita que "ainda é muito cedo para se falar em vantagens tanto para segurados quanto para seguradoras, lembrando que a mudança é apenas para seguros contratados com início de vigência a partir de julho". Já a SulAmérica diz que "como a mudança ainda é recente, os corretores e segurados ainda estão se adaptando e conhecendo o produto, para identificar a necessidade da contratação desta nova modalidade." Segundo o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, o mercado imobiliário recebeu bem as novas regras da Susep para a modalidade de seguro. "Não tivemos nenhuma manifestação contrária", afirma ele, que em seu grupo de administração de condomínios tem contratos com mais de 500 prédios. Novo índice Com o avanço da modalidade, cresce também a prestação de serviço. A corretora Vila Velha divulgará a cada mês um valor de referência para edifícios segurados na cidade de São Paulo. O que ela fez foi, por meio do preço do metro quadrado de construção de imóveis na cidade medido pelo Sindicato da Construção (SindusCon-SP), calcular quanto o edifício custaria para ser reconstruído. "O índice é um norteador para que o síndico saiba quanto custa o seguro que deveria ser feito para o edifício dele", diz o diretor da Vila Velha,William Alzani. 
APARTAMENTOS O número de unidades na cidade de São Paulo cresceu em 10 anos 34% 
UNIDADES Em 2010, o número de apartamentos na cidade de São Paulo era de 1 milhão 
CONDOMÍNIOS No estado de São Paulo existem 40 mil e, na capital, eles são 27 mil 



Fonte: Revista Cobertura | Flávia Furlan

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